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“Laudate Deum”

O Santo Padre publicou, no passado dia 4 de Outubro, a Exortação apostólica “Laudate Deum” que vem completar e especificar a Encíclica de 2015, “Laudate Si”. O Papa justifica o nome (“Laudate Deum” – Louvai a Deus) do seguinte modo: “porque o ser humano que pretenda tomar o lugar de Deus torna-se o pior perigo para si mesmo”.

Com esta nova exortação, o Papa quer fazer um apelo à corresponsabilidade diante da emergência das alerações climáticas, porque o mundo “está a desmoronar e talvez a aproximar-se de um ponto de ruptura“. É um dos “maiores desafios que a sociedade e a comunidade global enfrentam”, “os efeitos das alterações climáticas recaem sempre sobre as pessoas mais vulneráveis“, “dentro de poucos anos, muitos milhares de pessoas terão de deslocar as suas casas“. A África, por exemplo, que “alberga mais da metade das pessoas mais pobres do mundo, é responsável apenas por uma mínima parte das emissões no passado“.

De facto, não se trata apenas de falar da conservação ambietal do planeta e da tomada de atítudes concretas para a preservação essa casa comum, é também uma questão de dignidade humana, de cuidado com os nossos irmãos mais pobres e vulneráveis.

Vejo-me obrigado a fazer estas especificações, que podem parecer óbvias, por causa de certas opiniões ridicularizadoras e pouco racionais que encontro mesmo dentro da Igreja Católica“.  Infelizmente, algumas manifestações dessa crise climática já são irreversíveis por pelo menos centenas de anos. É “urgente uma visão mais alargada… tudo o que se nos pede é uma certa responsabilidade pela herança que deixaremos atrás de nós depois da nossa passagem por este mundo“.

No segundo capítulo, Francisco fala do paradigma tecnocrático que “consiste, essencialmente, em pensar como se a realidade, o bem e a verdade desabrochassem espontaneamente do próprio poder da tecnologia e da economia” com base na ideia de um ser humano sem limites. “Nunca a humanidade teve tanto poder sobre si mesma, e nada garante que o utilizará bem, sobretudo se se considera a maneira como o está a fazer…É tremendamente arriscado que resida numa pequena parte da humanidade“. O mundo que nos rodeia não é um objeto de exploração, utilização desenfreada, ambição sem limites” 

A exortação apostólica está disponível para leitura no link acima e merece uma reflexão atenta e uma muito necessária mudança de atítudes.