A Igreja é, na sua totalidade, um povo sacerdotal. Graças ao Baptismo, todos os fiéis participam no sacerdócio de Cristo. Esta participação chama-se «sacerdócio comum dos fiéis». Na base deste sacerdócio e ao seu serviço, existe uma outra participação na missão de Cristo: a do ministério conferido pelo sacramento da Ordem, cuja missão é servir em nome e na pessoa de Cristo-Cabeça no meio da comunidade.
O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fïéis, porque confere um poder sagrado para o serviço dos mesmos fiéis. Os ministros ordenados exercem o seu serviço junto do povo de Deus pelo ensino, pelo culto divino e pelo governo pastoral.
Desde as origens, o ministério ordenado foi conferido e exercido em três graus: o dos bispos, o dos presbíteros e o dos diáconos. Os ministérios conferidos pela ordenação são insubstituíveis na estrutura orgânica da Igreja: sem bispo, presbíteros e diáconos, não pode falar-se de Igreja.
Catecismo da Igreja Católica, 1591-1593
Cadenciada nos três graus de episcopado, presbiterado e diaconado, a Ordem é o Sacramento que habilita para o exercício do ministério, confiado pelo Senhor Jesus aos Apóstolos, de apascentar a sua grei, no poder do Espírito e segundo o seu coração. Apascentar o rebanho de Jesus não com o poder da força humana, nem com o próprio poder, mas com o poder do Espírito, e segundo o seu coração, o coração de Jesus, que é um coração de amor. O sacerdote, o bispo e o diácono devem apascentar a grei do Senhor com amor. Se não o fizerem com amor é inútil. E neste sentido, os ministros que são escolhidos e consagrados para este serviço prolongam no tempo a presença de Jesus, se o fizerem com o poder do Espírito Santo, em nome de Deus e com amor.
Um primeiro aspecto. Quem é ordenado é posto como chefe da comunidade. No entanto, é «chefe», mas para Jesus significa pôr a própria autoridade ao serviço, como Ele mesmo demonstrou e ensinou aos seus discípulos com estas palavras: «Vós sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, seja vosso servo. E quem quiser tornar-se o primeiro entre vós, seja vosso escravo. Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos» (Mt 20, 25-28; Mc 10, 42-45). O bispo que não está ao serviço da comunidade não pratica o bem; o sacerdote, o presbítero que não está ao serviço da sua comunidade não faz bem, erra.
Outra característica que deriva sempre desta união sacramental com Cristo é o amor apaixonado pela Igreja. Pensemos naquele trecho da Carta aos Efésios, onde são Paulo diz que Cristo «amou a Igreja e se entregou por ela, para a santificar, purificando-a pela água do baptismo com a palavra, e para a apresentar a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante» (5, 25-27). Em virtude da Ordem, o ministro dedica-se inteiramente à própria comunidade, amando-a com todo o seu coração: é a sua família. O bispo e o sacerdote amam a Igreja na sua comunidade, amam-na fortemente. Como? Como o próprio Cristo ama a Igreja. São Paulo dirá a mesma coisa acerca do matrimónio: o esposo ama a sua esposa como Cristo ama a Igreja. Trata-se de um grande mistério de amor: do ministério sacerdotal e do matrimónio, dois Sacramentos que constituem a vereda pela qual, habitualmente, as pessoas se encaminham rumo ao Senhor.
Um último aspecto. O apóstolo Paulo recomenda ao discípulo Timóteo que não descuide, aliás, que reavive sempre o seu dom. A dádiva que lhe foi confiada mediante a imposição das mãos (cf. 1 Tm 4, 14; 2 Tm 1, 6). Quando não se alimenta o ministério, o ministério do bispo, o ministério do sacerdote com a oração, com a escuta da Palavra de Deus e com a celebração quotidiana da Eucaristia, mas também com uma frequentação do Sacramento da Penitência, acaba-se inevitavelmente por perder de vista o sentido autêntico do próprio serviço e a alegria que deriva de uma profunda comunhão com Jesus.
O bispo que não reza, o prelado que não escuta a Palavra de Deus, que não celebra todos os dias, que não se confessa regularmente e, do mesmo modo, o sacerdote que não age assim, a longo prazo perdem a união com Jesus, adquirindo uma mediocridade que não é positiva para a Igreja. Por isso, devemos ajudar os bispos e os sacerdotes a rezar, a ouvir a Palavra de Deus, que é pão quotidiano, a celebrar todos os dias a Eucaristia e a confessar-se de maneira habitual. Isto é muito importante porque diz respeito precisamente à santificação dos bispos e dos presbíteros.
Gostaria de concluir com um pensamento que me vem à mente: mas como se deve fazer para ser sacerdote, onde se vende o acesso ao sacerdócio? Não, não se vende! Trata-se de uma iniciativa que o Senhor toma. É o Senhor que chama. E chama cada um daqueles que Ele deseja como presbíteros. Talvez aqui haja alguns jovens que sentiram no seu coração este apelo, o desejo de se tornar sacerdotes, a vontade de servir os outros em tudo aquilo que vem de Deus, o desejo de estar durante a vida inteira ao serviço para catequizar, baptizar, perdoar, celebrar a Eucaristia, curar os enfermos… e assim durante a vida inteira! Se algum de vós sentiu isto no seu coração, foi Jesus que o pôs ali. Esmerai-vos por este convite e rezai a fim de que ele prospere e dê frutos na Igreja inteira.
O Seminário de Lisboa tem várias casas conforme a etapa/idade de quem se apresenta para discernir a sua vocação:
Pré-Seminário – A partir do 7º ano até aos Universitários. Tem encontros mensais por grupos etários e outras actividades diversas.
Seminário Menor – Do 10º ao 12º ano. Vivem no Seminário de Penafirme e estudam na escola vizinha.
Seminário Propedêutico – Para os maiores de idade (12º ano completo, pelo menos) que são apresentados ao Seminário.
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