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Coros

O grupo de cantores – também chamado «coral» e «schola cantorum» – que actua na celebração, exerce um ministério nobilíssimo em favor da assembleia cristã celebrante. O canto entrou, a pouco e pouco, nas diversas igrejas, primeiramente, terá sido sua protagonista a própria comunidade, ajudada, sobretudo, pelo canto do salmista. Mas, a partir do século VI, foi-se potenciando a «schola», o grupo de cantores que se preparavam para o cada vez mais complicado canto em latim, fazendo de ponte entre os fiéis e o sacerdote, até chegar a assumir quase todos os cânticos que, em tempos recuados, eram próprios do povo.

O coro, às vezes, acompanha com o seu canto o da comunidade ou alterna com ela. Outras vezes, os membros do coro ou «schola» cantam sós, por exemplo, no ofertório ou na Comunhão, criando um clima de oração festiva.
É indubitável o benefício que trazem à comunidade celebrante estes coros que, depois de aturados ensaios e esforços, realizam o seu ministério litúrgico na celebração. Não são só virtuosos da música ou profissionais que actuam, mas crentes – adultos, jovens ou crianças, os «pueri cantores» – que celebram eles próprios e, além disso, ajudam que toda a comunidade se sintonize melhor com cada momento da celebração. Por isso, se recomenda, encarecidamente, que existam estes coros nas catedrais, paróquias, seminários, casas religiosas.

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
AOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO INTERNACIONAL DE MÚSICA SACRA

Meio século depois da Instrução Musicam sacram, este congresso quis aprofundar, numa ótica interdisciplinar e ecuménica, a relação atual entre a música sacra e a cultura contemporânea, entre o repertório musical adotado e utilizado pela comunidade cristã e as tendências musicais predominantes. De grande relevo foi também a reflexão sobre a formação estética e musical, tanto do clero e dos religiosos, como dos leigos comprometidos na vida pastoral, e mais diretamente nas scholae cantorum.

O primeiro documento emanado pelo Concílio Vaticano ii foi exatamente a Constituição sobre a Liturgia Sacrosanctum concilium. Os Padres conciliares conheciam bem a dificuldade que os fiéis tinham em participar numa liturgia da qual já não compreendiam plenamente a linguagem, as palavras e os sinais. Para concretizar as linhas fundamentais traçadas pela Constituição, foram emanadas algumas Instruções, entre as quais precisamente uma sobre a música sacra. Desde então, embora não tenham sido redigidos novos documentos magisteriais sobre esta temática, houve diversas e significativas intervenções pontifícias que orientaram a reflexão e o compromisso pastoral.

Ainda é de grande atualidade a premissa da mencionada Instrução: «A ação litúrgica reveste-se de maior nobreza quando é celebrada com o canto: cada um dos ministros desempenha a função que lhe é própria e o povo participa. Desta maneira, a oração adquire uma forma mais jubilosa; o Mistério da sagrada Liturgia e a sua natureza hierárquica manifestam-se mais claramente; mediante a união das vozes alcança-se uma união mais profunda dos corações; através do esplendor das realidades sagradas, o espírito eleva-se mais facilmente até às realidades celestiais; finalmente, toda a celebração prefigura com maior clareza a sagrada Liturgia que se celebra na Jerusalém celeste» (n. 5).

Seguindo as indicações conciliares, o Documento salienta várias vezes a importância da participação de toda a assembleia dos fiéis, definida «ativa, consciente e plena», realçando também de maneira muito clara que a «verdadeira solenidade da ação litúrgica não depende tanto de uma forma rebuscada do canto ou de uma celebração magnificente das cerimónias, quanto de uma celebração digna e religiosa» (n. 11). Por conseguinte, trata-se antes de tudo de participar intensamente no Mistério de Deus, na «teofania» que se realiza em cada celebração eucarística, na qual o Senhor se torna presente no meio do seu povo, chamado a participar realmente na salvação atuada por Cristo morto e ressuscitado. Portanto, a participação ativa e consciente consiste em conseguir entrar profundamente neste Mistério, em saber contemplá-lo, adorá-lo e recebê-lo, em compreender o seu sentido, de forma particular graças ao silêncio religioso e à «musicalidade da linguagem com que o Senhor nos fala» (Homilia em Santa Marta, 12 de dezembro de 2013). É nesta perspetiva que se desenvolve a reflexão sobre a renovação da música sacra e a sua preciosa contribuição.

A tal propósito, sobressai a dúplice missão que a Igreja é chamada a cumprir especialmente através de quantos, de vários modos, trabalham neste setor. Sob um certo ponto de vista, trata-se de salvaguardar e de valorizar a rica e variegada herança legada do passado, utilizando-a com equilíbrio no presente e evitando o risco de uma visão nostálgica ou «arqueológica». Por outro lado, é necessário fazer com que a música sacra e o canto litúrgico sejam plenamente «inculturados» nas linguagens artísticas e musicais da atualidade; ou que saibam encarnar e traduzir a Palavra de Deus em cânticos, sons e harmonias que façam vibrar o coração dos nossos contemporâneos, criando inclusive um oportuno clima emotivo, que predisponha para a fé e suscite o acolhimento e a plena participação no Mistério que se celebra.

Sem dúvida, o encontro com a modernidade e a introdução das línguas faladas na Liturgia suscitou numerosos problemas: de linguagens, de formas e de géneros musicais. Às vezes chegou a predominar uma certa mediocridade, superficialidade e banalidade, em detrimento da beleza e da intensidade das celebrações litúrgicas. Por isso, os vários protagonistas deste setor, músicos e compositores, maestros e coristas das scholae cantorum e animadores da liturgia podem oferecer uma contribuição preciosa para a renovação, sobretudo qualitativa, da música sacra e do canto litúrgico. Para favorecer este percurso, é necessário promover uma adequada formação musical, inclusive em quantos se preparam para se tornar sacerdotes, no diálogo com as correntes musicais da nossa época, com as instâncias das diferentes áreas culturais e em atitude de ecumenismo.

Caros irmãos e irmãs, agradeço-vos mais uma vez o vosso compromisso no âmbito da música sacra. Que vos acompanhe a Virgem Maria, a qual no Magnificat decantou a santidade misericordiosa de Deus. Encorajo-vos a não perder de vista este objetivo importante: ajudar a assembleia litúrgica e o povo de Deus a experimentar e a participar, com todos os sentidos físicos e espirituais, no Mistério de Deus. A música sacra e o canto litúrgico têm a tarefa de nos conferir o sentido da glória de Deus, da sua beleza e da sua santidade, que nos envolve como uma «nuvem luminosa».

Peço-vos, por favor, que rezeis por mim. E concedo-vos de coração a Bênção apostólica.

Perguntas
Rápidas

Cada celebração dominical já tem ou deve ter um grupo de pessoas que serve a liturgia ajudando a assembleia a rezar com o canto. Consoante a missa a que habitualmente vai, apresente-se ao responsável do coro. De acordo com as suas capacidades e disponibilidade para os ensaios será encaminhado para a melhor forma de servir a Igreja.

O instrumento mais tradicional para acompanhamento do canto litúrgico é o órgão. No entanto, outros instrumentos também desempenham essa função de uma maneira igualmente digna em conjunto com outros instrumentos ou de forma isolada. Se tem habilidade para assim servir a igreja, apresente-se ao responsável do coro ou ao sacerdote.

Toda a assembleia litúrgica precisa de ministros litúrgicos para a servir, pelo menos, quatro: o presidente, o leitor, o cantor e o acólito.

Se fosse sempre o presidente da celebração a fazer tudo, alguém poderia pensar que a missa é só dele, quando isso não é verdade, pois Jesus quis e quer que ela seja de todos os cristãos reunidos em assembleia. O que Ele mais gosta é que cada um faça o que deve fazer, para que a celebração seja de todos e todos sintam que são responsáveis por ela.

As eventuais dúvidas ou pedidos de informação devem ser apresentados preferencialmente no cartório da paróquia, de modo a obter a resposta mais adequada.