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Exéquias

O sentido cristão da morte é revelado à luz do mistério pascal da morte e ressurreição de Cristo, em quem pomos a nossa única esperança. O cristão que morre em Cristo Jesus abandona este corpo para ir morar junto do Senhor.

O dia da morte inaugura para o cristão, no termo da sua vida sacramental, a consumação do seu novo nascimento começado no Baptismo, o definitivo «assemelhar-se à imagem do Filho», conferido pela unção do Espírito Santo e pela participação no banquete do Reino, antecipada na Eucaristia, ainda que algumas derradeiras purificações lhe sejam ainda necessárias, para poder vestir o traje nupcial.

A Igreja que, como mãe, trouxe sacramentalmente no seu seio o cristão durante a sua peregrinação terrena, acompanha-o no termo da sua caminhada para o entregar «nas mãos do Pai». E oferece ao Pai, em Cristo, o filho da sua graça, e depõe na terra, na esperança, o gérmen do corpo que há-de ressuscitar na glória.

Catecismo da Igreja Católica, 1681-1683 

PAPA FRANCISCO: AUDIÊNCIA GERAL

A última obra de misericórdia espiritual pede que se reze pelos vivos e pelos defuntos. Ao seu lado podemos pôr também a última obra de misericórdia corporal que exorta a sepultar os mortos. Este último pedido pode parecer estranho, mas nalgumas regiões do mundo nas quais se vive sob o flagelo da guerra, com bombardeamentos que dia e noite semeiam medo e vítimas inocentes, esta obra é tristemente atual. A Bíblia oferece um bonito exemplo a este propósito: o do velho Tobit, o qual, arriscando a própria vida, sepultava os mortos apesar da proibição do rei (cf. Tb 1, 17-19; 2, 2-4). Também hoje há quem põe em risco a vida para dar sepultura às pobres vítimas das guerras. Por conseguinte, esta obra de misericórdia corporal não está distante da nossa existência diária. E faz-nos pensar no que acontece na Sexta-Feira Santa, quando a Virgem Maria, com João e algumas mulheres estavam ao pé da cruz de Jesus. Depois da sua morte, veio José de Arimateia, um homem rico, membro do Sinédrio que se tornou discípulo de Jesus, e ofereceu-lhe o seu sepulcro novo, escavado na rocha. Foi pessoalmente ter com Pilatos e pediu o corpo de Jesus: uma verdadeira obra de misericórdia realizada com grande coragem (cf. Mt 27, 57-60)! Para os cristãos, a sepultura é um ato de piedade e também de grande fé. Depomos no túmulo o corpo dos nossos entes queridos com a esperança da sua ressurreição (cf. 1 Cor 15, 1-34). Este rito permanece muito forte e sentido no nosso povo, e encontra ressonâncias especiais no mês de novembro dedicado em particular à recordação e à oração pelos defuntos.

Rezar pelos defuntos, antes de tudo, é um sinal de gratidão pelo testemunho que nos deixaram e pelo bem que praticaram. É uma ação de graças ao Senhor por no-los ter doado e pelo seu amor e amizade. A Igreja reza pelos defuntos de modo particular durante a Santa Missa. O sacerdote diz: «Recordai Senhor dos vossos fiéis que nos precederam com o sinal da fé e dormem o sono da paz. Doai, Senhor, a eles e a todos os que repousam em Cristo, a beatitude, a luz e a paz» (Cânone romano). Uma recordação simples, eficaz, cheia de significado, porque confia os nossos entes queridos à misericórdia de Deus. Rezemos com esperança cristã para que estejam com Ele no paraíso, na expectativa de nos encontrarmos naquele mistério de amor que não compreendemos, mas que sabemos ser verdadeiro porque é uma promessa que Jesus fez. Todos ressuscitaremos e permaneceremos para sempre com Jesus, com Ele.

A recordação dos fiéis defuntos não deve fazer com que nos esqueçamos de rezar também pelos vivos, que connosco diariamente enfrentam as provações da vida. A necessidade desta oração é ainda mais evidente se a pusermos à luz da profissão de fé que diz: «Creio na comunhão dos santos». É o mistério que exprime a beleza da misericórdia que Jesus nos revelou. De facto, a comunhão dos santos indica que todos estamos imersos na vida de Deus e vivemos no seu amor. Todos, vivos e defuntos, estamos na comunhão, isto é, como uma união; unidos na comunidade de quantos receberam o Batismo, e de quantos se nutriram do Corpo de Cristo e fazem parte da grande família de Deus. Todos somos a mesma família, unidos. E por isso rezemos uns pelos outros.

Quantos modos diversos temos para rezar pelo nosso próximo! Todos são válidos e aceites por Deus se feitos com o coração. Penso de maneira particular nas mães e pais que abençoam os seus filhos de manhã e à noite. Ainda permanece este hábito nalgumas famílias: abençoar o filho é uma oração; penso na oração pelos doentes, quando vamos visitá-los e rezamos por eles; na intercessão silenciosa, às vezes com as lágrimas, em muitas situações difíceis pelas quais rezar. Ontem veio à Missa em Santa Marta um homem bom, um empresário. Aquele homem jovem deve fechar a sua fábrica porque não consegue mantê-la e chorava dizendo: «Não tenho coragem de deixar sem trabalho mais de cinquenta famílias. Poderia declarar a falência da empresa: volto para casa com o meu dinheiro, mas o meu coração chorará a vida inteira por estas cinquenta famílias». Eis um bom cristão que reza com as obras: veio à missa para rezar a fim de que o senhor lhe indique uma solução, não só para ele, mas para as cinquenta famílias. Este é um homem que sabe rezar, com o coração e com as ações, sabe orar pelo próximo. Está numa situação difícil. E não procura a saída mais fácil: «Que se arranjem eles». Este é um cristão. Fez-me muito bem ouvi-lo! E talvez haja tantos como ele, hoje, neste momento em que muitas pessoas sofrem pela falta de trabalho; penso também no agradecimento por uma boa notícia sobre um amigo, um parente, um colega… «Obrigado, Senhor, por esta boa coisa!», também isto é rezar pelos outros! Agradecer ao Senhor quando as coisas correm bem. Às vezes, como diz São Paulo, «não sabemos como rezar de modo conveniente, mas o próprio Espírito intercede com gemidos inexprimíveis» (Rm 8, 26). É o Espírito que ora dentro de nós. Portanto, abramos o nosso coração de maneira que o Espírito Santo, perscrutando os desejos que estão no mais profundo de nós, possa purificá-los e realizá-los. Contudo, por nós e pelos outros, peçamos sempre que se faça a vontade de Deus, como no Pai-Nosso, porque a sua vontade é certamente o maior bem, o bem de um Pai que nunca nos abandona: rezar e deixar que o Espírito Santo reze em nós. Isto é bonito na vida: rezar agradecendo, louvando a Deus, pedindo algo, chorando quando há uma dificuldade, como aquele homem. Mas o coração esteja sempre aberto ao Espírito para que reze em nós, connosco e por nós.

Concluindo estas catequeses sobre a misericórdia, comprometamo-nos a rezar uns pelos outros para que as obras de misericórdia corporais e espirituais se tornem cada vez mais o estilo da nossa vida. As catequeses, como disse no início, acabam aqui. Fizemos o percurso das catorze obras de misericórdia mas a misericórdia continua e devemos exercê-la nestes catorze modos. Obrigado.

Perguntas
Rápidas

Em princípio, a Agência Funerária que contratar para o serviço fúnebre tem também o encargo de acertar o local, a hora e o sacerdote para a realização do funeral de acordo com as suas instruções.
É tradição na nossa cultura fazer uma vigília no dia anterior ao funeral. Esse Velório (nome comum) pode ser feito nas Capelas Mortuárias ou, se houver condições, na casa do defunto.
O Serviço Religioso é sempre feito nos locais consagrados para tal. O mais comum são as capelas mortuárias.
Segundo a doutrina da Igreja, há preferência em sepultar o corpo do defunto mas não se proíbe a sua cremação. A condição é que se respeite e não se perca a memória dos defuntos. Assim, a indicação é que quer para o corpo quer para as cinzas o lugar do depósito seja o cemitério ou um local consagrado em exclusivo para isso como os columbários (que já existem nalguns cemitérios e paróquias).
Na celebração da missa rezamos sempre pelos defuntos. Pode pedir que se reze particularmente pela intenção do seu defunto. Tradicionalmente reza-se a missa no 7º dia, no 30º dia e no aniversário do falecimento.

As eventuais dúvidas ou pedidos de informação devem ser apresentados preferencialmente no cartório da paróquia, de modo a obter a resposta mais adequada.

Clique aqui para conhecer as normas em vigor no Patriarcado de Lisboa sobre a celebração dos Sacramentos.

Documentos

LEITURA I

ritual das exéquias

SALMOS RESPONSORIAIS

ritual das exéquias

LEITURA II

ritual das exéquias

EVANGELHOS

ritual das exéquias

ORAÇÃO DOS FIÉIS

ritual das exéquias

ÚLTIMA ENCOMENDAÇÃO

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