Na primeira carta pastoral que dirige à diocese de Lisboa, D. Rui Valério sublinha a necessidade de acolher migrantes, rejeitar a violência e defender a vida em todas as suas fases, mas o mote é o da esperança, o convite a viver na verdadeira esperança cristã, a mesma com que o Papa nos interpela na celebração do Jubileu de 2025 ao pedir-nos que sejamos “peregrinos de esperança“.
“o principal capital humanitário que hoje a Igreja pode oferecer é a esperança.”
D. Rui Valério, diz-nos que o Jubileu da Esperança deve ser “um convite a mudanças estruturais na sociedade, para que cada pessoa seja reconhecida na sua dignidade e cuidada por aquilo que é: uma pessoa querida e amada”, afirmando ainda que O Jubileu de 2025 “será, certamente, oportunidade para crescermos na correspondência ao sonho de Deus para a nossa Diocese”.
“Quer as luzes, quer as sombras que encontramos na nossa realidade atual mostram a oportunidade e a necessidade de aprofundar a vivência da esperança cristã”
É, pois, a essa luz que o Cardeal Patriarca aborda temas estruturantes da nossa atualidade: A guerra, a pobreza, a fome, a incerteza e a insegurança dos jovens em relação ao seu futuro, bem como “a precariedade e a falta de condições para uma vivência digna de tantos migrantes”; tudo realidades que “desdizem a dignidade infinita do ser humano criado por Deus” e “que que põem à prova a nossa esperança cristã“.
“O primeiríssimo lugar em que se concretiza a esperança é na família (…) A família constitui-se, assim, numa «Escola de Esperança».“
A resposta a esse desafio é a esperança assente na relação de confiança com Deus que nos convida a sermos “sal da terra e luz do mundo”, mesmo neste mundo secularizado em que nos colocou. É, assim, fundamental redescobrirmos a virtude teologal da esperança e D. Rui Valério convida-nos a fazê-lo em quatro lugares fundamentais: a família, a iniciação cristã que resulta da evangelização, as comunidades cristãs e o quotidiano das nossas vidas.
“Convoco todas as comunidades cristãs para a missão. Partir em missão é estar, em primeiro lugar, mergulhado no próprio Cristo; partir em missão é fazer nascer Cristo na relação com o outro”
A terminar, a carta lembra-nos que “se a esperança Se fez carne, então, podemos dirigirmo-nos com confiança à Virgem Maria, pedindo que nos dê esperança.“
“Em Maria, o povo crente encontra o refúgio que conduz a Deus e, por isso, pode invocá-la como «Estrela da esperança». A ela confio este ano jubilar e todos os trabalhos que se vão desenvolver, pedindo à Mãe da Esperança que interceda por todos nós e nos ajude a viver para Deus, a seguir as pegadas de Cristo.”